The pursuit of happiness

terça-feira, 29 de junho de 2010

Da nossa falta de hora!


Como era mesmo aquela musiquinha... "Somos jovens num mundo velho a pregar NOVOS ideais". Hora, faça-me o favor. Nosso anciãos jubilavam com essa cantiga, e ainda há jovens que estufam seus peitos para cantar isso. O desfecho da cantiga é "...importa que preguemos a salvação."

Salvação de quê? Do diabo? Da morte? Dos vícios? E dos clichês? E da miséria? E da falta de esperança? Estou numa pilha de nervos pois senti-me tocado no espetáculo Hora de nossa hora, um monólogo sobre o João, o que não é da Bíblia.

João, menino brasileiro esperto, idéias correm ligeiras... O idealizador da peça Eduardo Okamoto revela:


Quando pensava em treinar malabares, ele evitava usar crack. Segundo ele o consumo da droga não permitiria a concentração necessária para o treino. Ele ainda disse que se queria treinar malabares só usava maconha. Finalmente, percebia que tinha nos malabares uma arma poderosa contra o vício da droga e que chegava a imaginar que eu treinava a seu lado a fim e prosseguir por mais tempo sem uso do crack. Na falta de bolinhas, João inventava malabares com pedras. Ressignificava o local de uso de droga. Sozinho, João imaginava presenças. Na falta, reinventava-se


João é da Candelária. Convivia com a violência e banquetes do tipo ensopado de cabeça de galinha. João lembrava de canções belas como "eu prefiro estar no meio da congregação onde flui [...] ah, como é bom viver em comunhão...". Ao ouvir essa música do João, fiquei encucado, o estômago revirou. Procurei caneta, ia blogar off-line, mas por sorte não achei. Era tempo apenas de sentir o remédio amargo.

Ao final do espetáculo perguntei ao Eduardo como ele soube daquela música. Ele disse que ouviu numa comunidade espírita, mesmo sabendo que a música era de um cantor evangélico e que em sua família havia outros evangélicos. Eu falei que a conhecia mas nunca refleti sobre ela.

No final de tudo, não importa onde eu PREFIRO estar, mas sim onde eu PRECISO estar. Que de alguma forma eu esteja com João, José, Maria, e tantos outros que precisam de Jesus, o que, como João (o Alexandre) diz, se envolve e resolve. Apenas assim, deixaremos de ser forasteiros onde não devíamos e velhos no mundo com necessidades jovem.

Abraços,
Thiago PX

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